
As informações são do jornal gaúcho Zero Hora. O norte do Rio Grande do Sul vive uma crescente nos casos de desmatamento: de 2019 a 2023, 17 milhões de metros quadrados de mata nativa foram destruídos na região, entre os biomas Mata Atlântica e Pampa. 1x1d5p
Os dados levantados pelo jornal Zero Hora são da plataforma Mapbiomas. A cidade com mais alertas no período é Aratiba, com 38 ocorrências. Já a cidade com maior área desmatada é Soledade, com cerca de 82 hectares.
Os dois municípios voltaram a registrar casos do crime ambiental em 2024. Em Soledade, um desmatamento ocorrido em Área de Preservação Permanente destruiu 5 hectares de Mata Atlântica. Policiais constataram que não havia autorização para o manejo florestal na área, o proprietário foi autuado por crime ambiental e teve apreendidos duas escavadeiras e dois tratores utilizados no desmatamento.
— As ações são sempre fruto de denúncias, da atuação de inteligência policial e de muitas operações integradas com diversos órgãos, a fim de potencializar a atuação e, ao mesmo tempo, colaborar com a redução de diversos outros crimes além dos ambientais — esclarece o comandante do 3° Batalhão Ambiental da Brigada Militar, tenente-coronel Alessandro Bernardes.
Somente em 2023, o batalhão constatou um aumento de 113% nos desmatamentos em toda a área de atuação. Durante as operações, mais de 27 mil pessoas foram abordadas, o que também representou aumento de 49% em relação ao ano anterior. Houve ainda um aumento de 70% nas apreensões de madeira ilegal.
Além de equipes capacitadas, a tecnologia, como o uso de drones, é um diferencial que tem auxiliado os policiais, o que ajuda a explicar o aumento no número de flagrantes.
Após os flagrantes, os casos são encaminhados para o Ministério Público. Dois comentários são pertinentes sobre essa notícia. O primeiro: os agricultores precisam ter a consciência de que as florestas em suas propriedades não são um fardo, mas sim um recurso valioso. Por exemplo, cultivos próximos à áreas de mata são menos atacados por insetos e outras pragas. Desmatar é um crime, e as autoridades judiciais têm instrumentos sofisticados, como imagens de satélites, para detectar e autuar criminosos ambientais.